Tereza Brocardo, que já criou dois jogos e quer fazer outro para presentear netos, diz que trabalho estimula raciocínio e memória; ela participa de palestra hoje no BIG Festival, em SP
A aposentada Tereza Brocardo, de 77 anos, é desenvolvedora de games amadora. O desafio, segundo ela, têm ajudado a melhorar o raciocínio e a memória.
Tereza deve participar neste sábado de um painel sobre inclusão social por meio de jogos destinado a pessoas com mais de 60 anos, no BIG Festival, o maior evento de games independentes da América Latina, que ocorre em São Paulo até amanhã.
Dona Tereza frequenta, na capital paulista, cursos para idosos que têm interesse em desenvolver games e vê nesse aprendizado um caminho para se manter atualizada.
— Temos que entender a lógica da programação e isso estimula os neurônios — diz ela, que é aluna do curso para desenvolvedores na Isgame (International School of Game). — Eu comecei mexendo no computador, fiz cursinho básico e, quando tive a oportunidade de participar do programa, me encantei. Já desenvolvi dois jogos. Hoje, estou jogando mais em vez de criar, mas quero desenvolver mais um para dar de presente para os meus netos no Natal — contou.
Fábio Ota, presidente da Isgame, explica que a escola ensina idosos a desenvolver games por meio do projeto Cérebro Ativo.
Fundada em 2014, a startup brasileira entrou no programa de aceleração Estação Hack, do Facebook, e Artemisia, um projeto para empreendedores que querem gerar mudanças positivas na sociedade.
— Trabalhamos com a parte cognitiva dos idosos para melhorar memória, concentração e qualidade de vida — diz Ota.
Ele afirma que a escola tem mais de 200 alunos acima de 50 anos, que são orientados por desenvolvedores, neuropsicólogos e fisioterapeutas.
Nas aulas, sempre presenciais, eles aprendem o conceito dos games, a metodologia e o desenvolvimento.
— Ensinamos a criação de personagens e cenários, além da lógica da programação. Eles jogam, desenvolvem, mas a ideia também é que saiam de casa para poder interagir. Eles também se sentem mais confiantes, porque entendem que podem conhecer sobre tecnologia.
Fonte: O Globo