Em 2020, quando a quarentena começou, muita gente sentiu solidão e tédio por estar em isolamento em casa, longe de amigos e familiares, e então optou por adotar bichinhos de estimação como companhia. Essa até podia ser uma vontade antiga, que antes não cabia na rotina, e essa situação forçada acabou sendo um empurrãozinho.
Acontece que, depois de um tempo, alguns setores começaram a voltar ao “normal”, se é que podemos chamar assim, e a questão é que, nesse momento, muitas pessoas se deram conta de que não tinham o tempo adequado para se dedicar a aquele novo integrante da casa. E aí? E aí que começou uma onda enorme de abandono.
E agora? Novamente enfrentamos um isolamento severo, novamente pessoas recolhidas em suas casas, de encontro com a solidão e tédio. Será que vão ter consciência de que os bichinhos não são descartáveis dessa vez?
Logo mais, as portas vão voltar a abrir. Como ficarão os seres vivos que foram escolhidos para suprir um vazio? Ficarão eles no vazio? Pois sim, continuarão vivos, com fome, sede e dependência de afeto.
Por isso, pense sempre antes de adotar um bichinho de estimação. Seja em pandemia, ou mesmo para presentear alguém.
Consulte sempre seu bolso, seu tempo e sua disposição.
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Maíla C. D’addìo | Formada em Rádio e Televisão pela Universidade FMU
Radialista DRT 0034310/SP