Uma linda experiência une idosos e crianças
O ditado reza que ser avó é ser mãe duas vezes. E, dizem, se divertir muito mais: é dar chocolate escondido, fazer travessuras junto com os netos, contar e ouvir histórias. Nos dias de hoje, porém, as famílias estão cada vez mais reduzidas e os núcleos, mais distantes uns dos outros. Às vezes, avós veem os netos uma vez a cada dois meses – ou menos.
E todo mundo perde com isso. Experiências importantes deixam de ser transmitidas; a intimidade e o aconchego familiares ficam mais escassos; a renovação das crianças e a sabedoria dos mais velhos não se enriquecem mutuamente. É hora de pensarmos todos em resgatar essa convivência.
Em Seattle, cidade americana, uma experiência inovadora está dando certo – chama-se Intergeneration Learning Center. Crianças em idade pré-escolar e idosos estabelecem uma convivência diária. A creche e o abrigo se intercomunicam e há atividades conjuntas que beneficiam os dois grupos etários. A bela iniciativa supre, de certa forma, a falta de proximidade entre as gerações dentro das famílias.
O espaço tem a estrutura necessária para que funcionem bem as duas instituições, mas é especial ao promover uma troca de afeto entre esses grupos. As crianças de até cinco anos convivem, no período escolar, com mais de 400 idosos. O contato entre as gerações traz alegrias para os dois lados.
As crianças, em acelerado processo de aprendizado, conseguem, com sua curiosidade e ausência de preconceitos, compreender essa etapa da vida e criar laços sólidos com os mais velhos.
O idoso carrega valores que podem complementar a educação da criança, explica a psicóloga Andrea Rosa. Podem ensinar muito, principalmente a respeito de paciência e tolerância, que ficaram perdidos no nosso mundo imediatista.
PARA VIVER O AMOR FAMILIAR INTERGERACIONAL:
- A psicóloga Andréa Rosa lembra que não precisamos de grandes projetos para desfrutar dessas vantagens. Dentro de casa, com a família, pequenas ações já fazem grande diferença. “Temos que valorizar o idoso e o lugar dele na família, não somente junto às crianças mas também com os adultos. Essa convivência deve ser incentivada porque é rica”.
- Programe, sugira, incentive atividades que possam ser cumpridas pelo idoso e pelas crianças sem riscos e sem grandes desgastes. Um piquenique na pracinha, um cinema à tarde, aquela pizza de fim de semana. É importante também que não seja uma relação simplesmente utilitária, em que o idoso serve de babá e a criança funciona como uma distração – embora essas sejam grandes vantagens da convivência.
- O contato deve ser mais extenso e respeitoso, em que os muito jovens e os muito mais velhos possam mostrar sua realidade um para o outro. A troca de histórias, brincadeiras antigas e novas, tudo entra no fascínio que as gerações exercem uma sobre a outra. E no encontro se realiza esse milagre cotidiano da continuidade do amor.
Fonte: http://www.marciapeltier.com.br